NALDOVELHO

POESIA É ATO DE CORAGEM

Textos

UM NOVO DIA
NALDOVELHO

Sem que se soubesse explicar o porquê, o dia amanheceu ensolarado. Pássaros agitados num céu azul cristalino, descaradamente iluminado. E a janela do meu quarto, escancarada, a tudo assistia, e concedia, e permitia... Como se quisesse mostrar que o amanhecer desconhece minhas verdades e malcriadamente, desobedece minhas vontades.

Uma suave brisa a invadir o quarto, um cheiro agradável, familiar e até certo ponto nostálgico. Um café recém passado a afugentar a preguiça, testemunha evidente de uma noite mal dormida, assombrada pela insônia, companheira de tantos e tantos anos.

Lavar o rosto, escovar os dentes, um banho até que cai bem! Caminhar um pouco, dar uma volta no Horto, admirar as plantas, algumas preguiçosas, outras exuberantes. Quem sabe eu aprenda um pouco? Quem sabe eu amanheça também? Quem sabe num passe de mágica, voltar a ter sete, oito anos e a minha inocência de volta. Pois trilhar tudo de novo é coisa que não me assusta e certamente eu faria de outro jeito, para que a dor que hoje me habita insistente, não se fizesse mais presente. E é claro! Seriam novas escolhas, caminhos diferentes.

Tão bom se houvesse esse novo dia, e eu pudesse reinventar a alegria, e não ser mais um poeta! Poderia, então, ser um pintor de muitos matizes, de belas e iluminadas imagens, que nos mostrassem que um novo dia é a mais concreta garantia de que o novo é sempre um bom presente... Basta saber desembrulhar.

NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 10/06/2009
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