NALDOVELHO

POESIA É ATO DE CORAGEM

Textos

A DOR DO PRÓXIMO
NALDOVELHO

Um grito de revolta contra a violência
que diariamente vemos estampada nos jornais.

Imagens confusas, contorcidas, difusas,
cores contundentes, alucinantes, deprimentes.

O cheiro de pólvora agride e incomoda,
constrangedora é a dor que inunda a nossa mente.

Palavras distorcidas, descabidas, incoerentes;
versos complexos, sombrios, perplexos;
rimas sofridas e inconseqüentes.

Quem foi que disse que a dor do próximo
não dói lá dentro da gente?

Histórias já vividas, lembranças, memórias.
O canto de guerra fere os ouvidos,
hora de trincar os dentes,
de cerrar nervosamente os punhos,
já não cabem mais poemas que falem
da dor que se sente
por aquele que se fez ausente.

Quem foi que disse que a dor do próximo
não dói lá dentro da gente?

Dor de perda e lamento,
dor que vai nos trazer arrependimento
por tantas e infelizes escolhas,
por tantas feridas abertas,
por tantas portas trancadas,
ou então, violentamente arrombadas
e pelo sangue que a terra hoje chora.
Quem foi que disse que a dor do próximo
não dói lá dentro da gente?

Dor de lágrima incontida,
dor de semente pisada
e violentamente extirpada,
dor de um coração que implora
a Deus pelos seus filhos,
dor que desconhece a glória,
dor de inóspitas horas.

Quem foi que disse que a dor do próximo
não dói lá dentro da gente?


NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 13/06/2009
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