ANJO TRAVESSO
NALDOVELHO Um anjo travesso pousou do meu lado, fez caras e bocas, revirou meus guardados, encontrou num poema palavras tão doces, sorriso obsceno, reinventou o pecado. Tirou minha roupa, bebeu nos lábios, deitou-se comigo, ofertou-me um abrigo, suado de orgasmos, veneno, gemidos, e escreveu o seu nome a um palmo do umbigo. E fez tatuagem, estranha, selvagem, sussurrou indecente, segredos, bobagens, violou meus sentidos, propostas, promessas e colheu sentimento, ternura, loucura... Matou minha fome, saciou sua sede, e, assim de repente, avisou que era um sonho. Abriu as janelas, sorriso nos olhos, bateu suas asas, e sem dizer nada, partiu. Um anjo obsceno deixou aqui o seu cheiro e em meu corpo suas marcas: vestígios de um dia, nostalgia latente, inquietude evidente entranhada em mim. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 13/05/2009
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