EU NEGO
NALDOVELHO Qualquer coisa que digam que possa relacionar-me a tua pessoa, eu nego! Veementemente nego! Nego que te ame, ou mesmo que a qualquer tempo tenha te amado como dizias. Nego que tenha, a qualquer pretexto, me debruçado em versos que dissessem da minha saudade, da ausência que costumeiramente me invade, ou mesmo da danada da nostalgia que o poeta sente e se ressente por ter te amado como dizias. Nego até que eu seja um poeta! Um desses que costuma desencravar poemas por conta de desencontros, de dor de partida, de coisas mal resolvidas! Acredite: eu nego! Nego que acredite em feitiços, em outono, em invernos... Primavera então, nem pensar! Irritam-me as flores e os pássaros e tudo aquilo que costumam inspirar. Nego que o ar que eu respiro seja impregnado por tua essência, se me lembro bem, alfazema! E qualquer coisa que digam é a mais pura e absurda fantasia. Nego até que o sol insistente, contra a minha razão e vontade, nasça pela manhã, todos os dias... Só uma coisa eu confirmo: sou um mentiroso confesso. Isto eu não posso negar! NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 20/05/2009
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