AVASSALADORA AUSÊNCIA
NALDOVELHO Gotas de suor brotam do seu corpo, da sua pele branca... Embriagadora presença, avassaladora ausência. A sensação da sua pele lembra seda macia, os seus seios fartos... Se continuar lembrando eu infarto, mas não consigo parar! Parar de amar é um castigo que eu não quero me imputar. Só me resta mergulhar neste rio, afogar-me em seu colo, só para respirar o seu cheiro, só para fazer você me respirar. E o que eu faço com o desejo de sentir em minhas mãos os seus pêlos? Se você deixar, eu me aquieto, se você deixar eu penetro em seu quarto, em seu leito, em seu corpo. Instalo-me, de um jeito, assim abusado e fico sendo sua cicatriz preferida, que vai arder, vai doer, vai incomodar, só para que você não se esqueça que toda a vez que eu choro, choro a dor dos poetas, choro feito criança, choro de saudades, confesso! Pois já não existe remédio que possa curar o que eu sinto. Se inventarem um, eu não tomo, senão pode vir o mal do abandono e a esse, certamente, só vai me restar morrer de tanto amor. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 21/05/2009
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