DEDICADO A VOCÊ
NALDOVELHO Pernas e braços aprisionam, são laços. Abraços tão cálidos, tão ternos, tão fartos. As falhas, as fendas, as marcas, as sardas, escalar a montanha em busca de abrigo; as farpas, escarpas, precipícios, perigos, a sede e o fogo, nascente de um rio. Se eu mergulho me afogo, me acabo em seu cio. As folhas, as flores, afiados espinhos, o sonho e a seiva, alimentar o menino, cicatrizar os seus cortes, curar suas dores. Seus olhos bordados, tão verdes, felinos, a forja de um homem se fez em seu colo. Faca afiada sangra o chão do seu quarto, o sangue que escorre, se esvai em silêncio, a lágrima que eu choro, saudades que eu tenho, a forja de um homem se fez pela dor. Não feche a janela, deixe a porta entreaberta, permita que eu fique silencioso ao seu lado. Sua pele macia, seus seios, seu ventre, seu cheiro é veneno que embriaga e vicia. Seu beijo molhado, suas coxas tão quentes, a forja de um homem se fez no prazer. De estar protegido, de estar sossegado, de ter o carinho aconchegado em seu colo, de ter a beleza preservada neste templo, corações apaixonados, solo consagrado ao amor que eu sinto por quem hoje eu tenho. Este é mais um poema dedicado a você. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 23/05/2009
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