NALDOVELHO

POESIA É ATO DE CORAGEM

Textos

BALA PERDIDA
NALDOVELHO

Teria sido bala perdida,
ou teria gravada no corpo,
riscado a faca, o meu nome?

Só sei que foi por pouco,
passou e queimou minha pele,
e abriu um sulco no carne
que sangra o sangue dos tolos,
que jorra em versos, poemas,
confissões, sussurros, desgostos
e que lateja toda a vez que toco,
que penso, que ouso, que choro.

O mais certo é ter sido tocaia,
causo pensado, desforra,
dor que eu causei...
Quem sabe um desconforto?
Talvez dor de mulher amada,
melhor dizer, mal amada!
São tantas as idas e vindas
daquele que não tem um porto.

Melhor andar mais atento,
evitar outros constrangimentos,
pois são muitos os perigos
para quem escolheu a inquietude
como caminho acidentado de vida.
Melhor queimar com aguardente,
cauterizar a ferida, fazê-la latente,
mais uma cicatriz...
Ainda que vez por outra me doa,
vai ser dor de poesia urgente,
de quem não ter lugar nem hora
de ser assim simplesmente.
NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 23/05/2009
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