NALDOVELHO

POESIA É ATO DE CORAGEM

Textos

BEIJA-FLOR AFOGADO NO MANGUE
NALDOVELHO

Chuva que chove por dentro,
vidraça embaçada por fora
e um vento virado do avesso
derrama meus sentimentos.
E a esfinge se ajoelha e chora,
segredo revelado faz tempo,
e o homem apressado nem olha,
não há nada de novo nas horas.
Um menino sofrido e sozinho,
beija-flor afogado no mangue,
a roseira que eu trago comigo
tem espinhos manchados de sangue.
Um cão pachorrento implora
pelo fogo do firmamento,
pois é lenta a marcha das horas,
soterradas nos constrangimentos.
E um tango ardido me chama,
nostalgia que eu temo se assanha,
luz da lua machuca as entranhas,
magia passional e profana.
Agora chove aqui dentro e lá fora
e no derrame dos meus sentimentos,
jorram versos que eu ouso e penso,
são poemas virados do avesso.
Beija-flor afogado no mangue.
NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 23/05/2009
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