UM TEMPO PARA O AMOR
NALDOVELHO Conceda-me um tempo onde eu possa estancar o pranto e possa brindar o encanto do romance que eu não vivi, por conta da dor de tê-la visto partir, antes que pudesse chorar meus versos em tantos outros poemas de elegia ao amor derradeiro que o poeta sonhou por inteiro, mas que por tamanha inquietude de dentro de suas entranhas, não conseguiu fazer emergir. Conceda-me um tempo onde a dor não se perpetue em nós, onde não hajam feridas, nem cortes, e a solidão se faça ausente, para que as escolhas sejam, sempre e somente, as de consolidar em nós o amor que insiste em sobreviver a tudo e a todos. Conceda-me um tempo e que seja um delicado momento de música suave e ambiente, de água de cheiro entranhada por todos os cantos e lados, de lua cheia e exibida a iluminar nossos corpos, deitados, enlaçados, esquecidos e eternizados. Conceda-me um tempo para que eu possa expor meus guardados, e ao sagrar no teu corpo um abrigo, possa então encontrar a paz. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 23/05/2009
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