CAOS
NALDOVELHO Sobre meu corpo desfilam prostitutas, palhaços, ciganos, anarquistas, místicos e mendigos, todos em completa orgia. Sacerdotes, a todo o custo, tentam por ordem na casa e afirmam convictos quê, ou a justiça dos homens ou a divina, (quem sabe as duas!?) não tardam a me alcançar. Sorte que ainda existam monstros, cases danados de guarda a proteger meus templos, de todos aqueles, profanos ou não, que em nome da lei vivem para me calar. Semana passada, um ser estranho se asilou em minha cama. Era uma mulher sofrida, destas marcadas pela vida... Alimentou-se do meu sangue, matou sua sede, agradeceu e partiu. Certamente outra prostituta, volta e meia uma vem me visitar. Ao amanhecer escutei barulho de crianças, corriam pelos corredores e desarrumavam toda a casa. Tinham um semblante tranqüilo, eram imunes ao pecado, se diziam donas de um tempo e se sentiam seguras em meu mundo. Eram despojadas de orgulho, pois se reconheciam iguais. Seus olhos brilhavam de felicidade, pois eram as herdeiras desta casa, futuras donas deste lugar. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 24/05/2009
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