A ALMA QUE EU TENHO
NALDOVELHO A alma que eu tenho inquieta se apressa a percorrer caminhos e por onde ela passa repleta colhe sementes carinhos, guarda cheiros latentes que só ela é capaz de sentir. A alma que eu tenho inquieta traz em seu rosto um sorriso, meio assim sem juízo, que desfaz em seu corpo as marcas, por conta dos muitos espinhos colhidos na pressa confessa e na ânsia de se viver. A alma que eu tenho inquieta costuma tecer melodias, retratos de uma agonia que só quem ouve e consente consegue se aperceber. A alma que eu tenho inquieta desfaz-se em versos, poemas, é brisa que bate serena, que atiça e acaricia o seu corpo e o faz com destreza e gosto, coisa difícil de se esquecer. A alma que eu tenho inquieta é prisioneira e ao mesmo tempo liberta, viajante de muitas jornadas que acabam sempre em retorno, pois só em você encontro o meu porto, abrigo tão quente e tranqüilo, cativo do bem querer. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 24/05/2009
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