CIDADE DOS ANJOS
NALDOVELHO Portas fechadas, ruas desertas, nenhuma conversa, janela entreaberta, silêncio inquietante em quarto minguante e o telefone se toca, desculpe, é engano! Cidade vazia, distante e perversa, sobrou um perfume e um livro estranho. Cidade dos anjos, caídos, sem sonhos, de asas quebradas não podem voar. Sobrou um poema de versos profanos e na madrugada vazia de planos um bolero arrastado, um tango e um blue, avisam que o dia ainda custa a chegar. E mais uma dose de pura aguardente... A sede que eu tenho já faz tantos anos, cicatrizes que trago, a maioria latentes, algumas ardidas ainda sangram se toco, outras antigas exibidas nos olhos, vez por outra ainda choram se me ponho a lembrar. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 24/05/2009
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