EM BUSCA DA REDENÇÃO
NALDOVELHO Por todos os cantos e lados, por ruas, por becos, passagens, por vias transversas e praças, por muitas aldeias, cidades, busquei o aconchego fraterno, busquei o abrigo seguro, usei como senha o Teu Nome, encontrei na frieza dos homens a distância, o silêncio nervoso e até o gesto raivoso de quem não me reconheceu como um ser igual, um irmão. Por trilhas, caminhos, atalhos, por terras desertas, distantes, oásis, clareiras, montanhas, por tantas e quantas nascentes, por rios, por deltas, por mares, procurei um sinal, uma marca que me trouxesse enfim o conforto, de um porto, de um ombro amigo. Quem sabe numa pequena estalagem? Um ser humilde do campo, que quisesse dividir comigo a paz, a harmonia, o encanto de viver no amor e na crença de um mundo melhor e mais justo, onde os seres se reconheçam como filhos de um mesmo Pai. Uma vez mais encontrei o silêncio, a incerteza, o ódio e a cegueira de quem não se permitia um abraço, um sorriso, um aperto de mão. Continuei a jornada, tristonho, eremita, andarilho, um banido com a certeza de ser um caído em busca da redenção. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 24/05/2009
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