CORAÇÃO DE POETA
NALDOVELHO Nas esquinas que eu dobro, percebo a distância, nos passos, nos rastros, vestígios que eu deixo. Já faz tanto tempo e eu não tenho mais medo, pois semeio palavras, texturas, enredos, e trago bagagens preciosas, coragem. Nas margens do dia eu percebo a alquimia, na dança das horas, sussurros, segredos, madrugada em teus braços, amarras, meus laços, nas coisas que faço construo meu templo, sagrado é o amor que eu trago em meu peito. Na beira do abismo eu não percebo nada além da vontade de retornar à estrada. Na beira de um rio eu percebo tudo: a dança do tempo, o cochicho dos ventos, o ciclo das águas, renovação! No limiar de uma vida eu percebo o caminho, escrevo as histórias das vidas que eu sonho, destruo armadilhas, desfaço feitiços, sou pedra, sou lume, sou água que escorre, sou brisa suave, coração de poeta em evolução. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 24/05/2009
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