E POR FALAR EM VOCÊ...
NALDOVELHO Ruas, travessas, becos, esquinas, sacadas, varandas, janelas entreabertas, o tempo nublado, calçadas molhadas, a chuva miúda, o cheiro de terra, momentos de espera, estou tão sozinho, o barulho dos carros apressados que passam, o mês é setembro, quase primavera. Andar sem sossego por toda a cidade, tomar um conhaque, fumar um cigarro. Melhor ir para a casa compor um poema, dedilhar no piano um velho bolero, sussurrar o seu nome, você está tão longe, o telefone que toca, desculpe, é engano! Continuo lhe amando, apesar dos enganos. Comprei seu perfume e espalhei pelo quarto, ainda sou um romântico, daqueles incorrigíveis e o seu retrato ainda mora na cabeceira da cama. Já são mais de dez horas nessa cidade nublada, já faz tanto tempo que a saudade é um tormento, queria poder viajar pra bem longe, queria poder me encontrar com você, tentar refazer, acertar desta vez. Os meus muitos defeitos: alguns consertei. O livro de contos, ainda não terminei, para ser bem sincero, a muito não pego, já faz algum tempo, só escrevo poemas: o mesmo tema de sempre... E por falar em você... NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 25/05/2009
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