O QUE EU DEFENDO
NALDOVELHO Defendo mãos dadas ao nascer do dia, abraço apertado por conta de chegadas, brisa quente e macia ao cair da tarde, sorriso de criança acariciando o coração. Noites tranqüilas, cantigas que sobrevivam, amores aconchegados, amantes descarados, com muito beijo na boca e de preferência sem roupa! Lua cheia e abusada a instigar o poeta e versos sem rima a desentranhar emoções. Defendo mesa farta, ternura nos olhos e o carinho do amigo promovido a irmão. Janelas escancaradas, estradas tranqüilas, respeito às fronteiras: com sua licença Abdul, seja bem vindo Jacob, dá cá um abraço meu irmão! Um copo de vinho e um pedaço de pão. Defendo a verdade na palavra empenhada, a compreensão como moeda de troca, a caridade como solução derradeira: uma vara, o anzol, e a isca, e na beira do rio te ensinei a pescar. Defendo a família consagrada e unida, a palavra de Deus se bem compreendida, o branco, o negro, o amarelo, o mestiço, sêmen, suor, sangue novo e sagrado, o mistério da Sua Carne reside no amor. Defendo a palavra e seus significados, e as diferentes escolhas, ainda que equivocadas, os erros assumidos, a chance de repará-los, o aprendizado, por certo, na multiplicidade de vidas, Muitas são as moradas, e a Misericórdia é um fato, pois somos todos os filhos da Sua imensa Luz. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 26/05/2009
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