JÁ NEM SEI POR ONDE IR
NALDOVELHO Em seus olhos eu percebo promessas, encontros, essências, dose certa de desassossego, medida e meia de carícias e uma certa contundência por ter se entregue por inteira às trilhas desta vida. Em sua boca eu prevejo o perigo da peçonha e um abrigo à insônia que tanto tormento traz. Do seu colo escorrem seivas, dos seus seios a malícia, pois sempre na tocaia vivem a me desafiar. Das coxas suadas, orvalhadas, como queira, preciosa e ardilosa teia a me manter ser cativo, entranhado, enlaçado e em correntes feito escravo não consigo escapulir. Minhas pernas não respondem, presa fácil entre os dentes e um pouco abaixo do seu ventre, olho d’água pulsa ardente por esfregas indecentes, por entregas ansiosas, encaixados, descuidados, já nem sei por onde ir. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 27/05/2009
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