É NAS ENTRELINHAS
NALDOVELHO É nas entrelinhas que a razão se desalinha, se desarruma e por definição definha. É nas entrelinhas que a paixão nos embaraça e insanamente se atrita. E hajam enredos complicados, e hajam versos apaixonados e o coração, coitado, fica aflito e apertado, mal cabendo do lado esquerdo do peito e não adianta dizer não! Você fica ao vento ao sabor do inesperado, perde o senso e o equilíbrio, fica sem opção. É nas entrelinhas que brota a inquietude, alerta que ensina que já não existe abrigo, e que você está por sua conta e risco a caminhar por uma estrada acidentada e tomado este rumo, não se pode mais escapar. Por mais que você negue e se esconda, o danado do sentimento fica lá dentro entranhado como o som de um violino cigano, como um cheiro visceral e profano, e não se sabe nunca até quando... Conclusão: melhor deixar que aconteça. Arde, sangra e incomoda, mas ainda assim o poeta precisa se alimentar. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 27/05/2009
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