MANHÃ NUBLADA
NALDOVELHO Manhã nublada, o mês é setembro, nem sei se me lembro dos muitos invernos passados distantes dos meus sentimentos. Só sei que ainda choro e são lágrimas tolas, choradas à toa e eu sei por saudade. Já não tenho mais idade de ficar andando em círculos, talvez por isto, tantos poemas: o mesmo tema de sempre... Melhor deixar de bobagem, você seguiu viagem, já faz um bom tempo, nunca mais deu notícias e nem voltou por aqui. Às vezes eu penso que possa existir um alento, às vezes ainda sonho que estou ao seu lado e sinto o seu cheiro na ponta dos dedos, e uma música estranha invade o meu quarto. Parece um fado, arrastado e tristonho. Talvez em Lisboa se saiba o seu rumo, se você tomou prumo ou se continua pé de vento, que varreu pra bem longe a tal da felicidade e deixou um vazio, lá dentro de mim. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 27/05/2009
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