MAGIA DE UM TOLO
NALDOVELHO No silêncio da noite alinhavo versos, curo feridas, exorcizo a dor, Na frieza da pedra: luto frio à letra morta. Arrumo meus guardados, revejo o passado, madrugada de outono invade o quarto. Cheiro de terra molhada, vidraça embaçada, orvalho. Pássaros inquietos despertam com o nascer do sol. Começaria tudo outra vez, só não sei onde, quando e como. E ainda que eu leve marcas, cicatrizes, estiagens; minhas malas estarão sempre prontas, nem será preciso o adeus. Haverá sempre no caminho uma estalagem, uma mulher de colo quente e uma boa dose de aguardente. Depois fé na estrada, na força dos ventos, e no ciclo completo das águas. De resto sobrará a poesia, magia de um tolo que assim fez por merecer. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 27/05/2009
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