COMO SE FOSSEM TALISMÃS
NALDOVELHO Pequeninas pedras, delicadas gemas, emoções cristalizadas, preciosas memórias. Eu as guardo em segredo lado esquerdo do peito e as levo para todo o lado como se fossem talismãs. Momentos que eu tenho cuidadosamente lapidados, de encaixe perfeito, são partes de um todo, um tanto ou quanto sofrido, a quem eu chamo de ser. São fatos, retratos, imagens, histórias, são tramas, são dramas, emaranhados de enredos, que ardem, que doem, toca a vez que eu os toco, que derramam poemas, toda a vez que eu os penso. E quando acontece de derramarem-se os versos, parte desses guardados se transmutam em água que escorrem pelo rosto a mostrar todo o esforço de parir liquefeitos, preciosos pedaços. Ao fazê-lo, por certo, estanco o sangue, curo feridas, e compreendo o por quê das asperezas desta vida, e agradeço a Deus o dom de poder escrever. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 28/05/2009
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |