NÃO CONSIGO TE ESQUECER
NALDOVELHO Trago em meus pertences, cicatrizes, camuflagens, vestígios de estiagem, madrugadas tatuadas, cheiro de erva queimada, muito frio, pouca roupa, algum dinheiro, coisa pouca, e uma lua presepeira que não permite o amanhecer. Trago em segredo, alguns poemas, coisa à toa, registro dos meus passos, linhas que eu mesmo traço, e que embora ainda me doam, eu teimo em escrever. Trago há tempos, inoculado, o veneno que eu temo, inquietudes tão urgentes que circulam impunemente toda a vez que a saudade traz de volta o teu perfume. Trago enfim muita saudade que por mais que o tempo voe, não desgruda e me alucina, pois teu rosto de menina ainda mora em meus sonhos e por mais que eu queira e tente, não consigo te esquecer. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 28/05/2009
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