CACOS DE VIDRO
NALDOVELHO Esta saudade tão forte, esta casa ainda é tua, e se queres saber, continua do mesmo jeito, e até os meus defeitos, não consegui consertar. É importante que saibas que continuo perdido, ainda não sei de muitas coisas e não consegui me libertar. E os cacos de vidro espetados pelo corpo, e a poeira insistente entranhada em meus poros, e os livros guardados, esquecidos na estante, e as janelas fechadas, e a luz do quarto apagada, e eu já nem sei o meu nome e não sei onde estás. Continuo a escutar o som da tua voz, chego a perceber teus passos... Continuo a sonhar com as tuas mãos: preparando o jantar, retirando os cacos espetados em meu corpo, e continuo aqui sozinho, e choro! É a saudade que dói e eu não sei como evitar. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 28/05/2009
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