O HOMEM QUE EU VEJO
NALDOVELHO Quando eu me olho no espelho, vejo o homem que o meu coração vê. Vejo olhos mareados de emoção, como se houvesse lágrimas sempre prontas, lágrimas de artista, de poeta ou coisa assim! Próprias da sensibilidade que eu gosto de saber ter. Quando eu me olho no espelho, vejo um homem de rosto marcado pelo tempo e pela ação dos ventos, na colheita do dia a dia, ou por andar sem abrigo, quase sempre em silêncio, na solidão própria dos eremitas, eterno buscador ou coisa assim! Quando eu me olho no espelho, vejo um homem, hoje maduro, que por ter sido tão inquieto e por tanto se perder, acabou por se encontrar nas coisas simples da vida. Acabou por compreender que não importa qual vai ser o rumo, todo o rumo é certo e errado, o importante é caminhar sempre atento, colhendo da vida tudo o que ela tem para ofertar. Papo de filósofo ou coisa assim! Vejo também, cabelos brancos, por força das muitas escolhas, algumas certas, boa parte delas erradas... Quantas encruzilhadas, não vou negar! Ainda há muito a aprender, muito a conquistar, muito a construir. O importante é que hoje eu já percebo o homem que um dia eu vou ser. Lances de espiritualidade ou coisa assim! Quando eu me olho no espelho, percebo a existência de Deus na dádiva maior da sua criação: a vida, divina e sagrada, eterna chama em evolução! NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 29/05/2009
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