A DÁDIVA DA SUA CRIAÇÃO
NALDOVELHO Trago uma história escondida no fundo do peito, um segredo lacrado por velhos defeitos, e as pernas cansadas de andar sem abrigo, por tantas jornadas, por trilhas, perigos, por tantas batalhas fazendo inimigos, por tantas medalhas guardadas comigo e eu nem sei bem porque me perdi de Você. Tenho os olhos embaçados por tentar Lhe enxergar por entre a neblina que reina em todo o lugar. Tenho as mãos machucadas na colheita do sal, o meu rosto enrugado pela força dos ventos e o meu corpo queimado pelos raios do sol. Trago a semente de um tempo que ainda há de nascer e quem sabe eu ainda possa semear por Você? Trago um cristal lapidado, alquimia dos tempos, e a certeza de um dia poder Lhe encontrar e revelar na magia da mãe natureza, o remédio e a cura de tantas feridas. Tenho o carinho e a poesia brotando das mãos, trago latente a esperança de rever o inimigo e quem sabe a um amigo poder abraçar. Trago comigo a crença que o novo não tarda, trazendo consigo a revelação de um tempo sagrado de restauração, onde haja o abrigo e eu possa viver, onde não haja segredos, nem velhos defeitos, onde eu possa colher sem sangrar todo o sal, onde eu possa crescer sem ferir tanta gente e assim merecer a dádiva da Sua criação. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 31/05/2009
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |