CIDADE NUBLADA
NALDOVELHO Nas primeiras horas da manhã: janelas abertas, nuvens compactas, e um vento frio e abusado, traz pra dentro do quarto cheiro de terra molhada. Na claridade da manhã, chuva fina e insistente, travesseiro em silêncio num canto da cama, ainda desarrumada. Nada de novo nas horas, tudo é hoje como era antes. Nada que mereça um poema, uma cantiga, ou mesmo uma crônica. O vazio dos dias, faz tempo, me persegue e a gastura não deixa espaço para a inspiração. Um café quente, um cigarro, não sei até quando o pulmão agüenta... Melhor não pensar! Lá fora os carros que passam, constroem com a fumaça um quadro cinzento, estranho... Cidade nublada, vazia de sonhos. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 31/05/2009
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