ESPESSA NEBLINA
NALDOVELHO Não deixe a janela aberta, não permita que se dissipe a neblina, não devo descerrar a cortina, só após escrever um poema onde eu possa louvar o seu corpo, a sua pele, o seu cheiro, o seu gosto. Aí sim, gritar bem alto o seu nome, tornar público os seus contornos, desnudá-la, causar um escândalo, um tributo a minha loucura, uma ode ao meu amor por você. Por enquanto, só a espessa neblina que cai sobre o meu quarto. Muitos segredos, histórias, tantos amores insanos, por vezes desejos estranhos, por outras carícias profanas... Melhor então preservar o segredo, melhor caminhar em silêncio para não profanar o sagrado, para não me perder de você. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 02/06/2009
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