DE DIA OU DE NOITE
NALDOVELHO De dia ou de noite, na rua ou em casa, sentindo mais forte o gosto de sangue, sentindo mais forte o cheiro da morte. De dia ou de noite, na sala ou no quarto, o grito espetado qual farpa afiada, a vida escoando, fugindo de nós. De dia ou de noite, a fome e a sede, o punho fechado, a mão levantada, a ameaça estampada, o ataque eminente, o pranto da terra, o canto de guerra, o medo, a tocaia, cada minuto é o último, respirar eu preciso, ainda sou um sobrevivente. De dia ou de noite, na cidade ou no campo, a revolta crescendo, o grito explodindo, o cheiro de azedo, o aço cortando, o fogo queimando a face de um povo, de um povo sofrido na luta eterna entre o bem e o mal. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 02/06/2009
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