ESTRANHA CRIATURA
NALDOVELHO Estranha criatura que me habita a clausura, que traz marcada na fronte os sinais de tanta loucura. Mostra a cor dos teus olhos, injeta em meu corpo a peçonha, desentranha de mim a ternura, descortina o ser que ainda sonha, faz-me quebrar a vidraça, arrombar a porta da rua, sentar no banco da praça, quem sabe a coragem se exponha e me faça sorrir sem-vergonha? Quem sabe a esfinge que grita no fundo do poço que habita, possa enfim revelar meus mistérios? Quem sabe o homem que eu penso seja, então, levado a sério? Quem sabe a criança que dorme possa acordar deste sonho e ser muito mais que eu proponho? Criatura estranha que guarda preciosos guardados, que traz marcada na fronte a inquietude dos poetas, mostra-me a força do seu verso, quem sabe, eu consiga entender? NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 02/06/2009
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