VIDRAÇA EMBAÇADA
NALDOVELHO Vidraça embaçada, imagens nubladas, distorcidas, sem graça, não revelam quem passa, desmaiadas as cores, cinzentos matizes. A tela que eu pinto, os versos que eu colho, controversas escolhas, revelam a inquietude que existe em mim. A chuva insistente, cinzentas as tardes, o vento se assanha, traz cheiros, essências, despertado o passado. Embaraçam-se os fios e refaz-se a mandala, precioso caminho, emaranhados, vivências, melodia de enganos. Já faz muitos anos e eu ainda te amo. O barulho das águas, tal qual correntezas, lapidei asperezas, construí um abrigo e o teu nome é saudade. E as gotas de chuva ainda molham a cidade, cidade nublada. Faz frio aqui dentro, dentro de mim. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 02/06/2009
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