NÃO IMPORTA
NALDOVELHO Não importa que as portas continuem fechadas, Não importa que as ruas permaneçam desertas e que o caminho seja coisa incerta; o rumo que eu traço será sempre de solidão. Não tenho medo das noites frias de inverno, tão pouco de lua magrinha em quarto minguante. A cantiga que eu trago comigo será sempre a cantiga mais bela de quem desafiou o destino em busca de compreensão. E não me venham com coisas ditas à-toa, sou um bardo, um tolo, por escolha, alguém que navega em tormentas, que a cada dia naufraga e ressurge do outro lado do rio, e semeia vivências, sementes intensas, de frutos havidos ardidos, de ervas, essências, remédios, pois assim se justifica o poeta: tantas verdades insurretas e tanta inquietude em meu canto. Há de haver quem se interesse! E ainda que não saibam o meu nome, terei cumprido a missão. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 03/06/2009
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