NOVOS DIAS
NALDOVELHO Vento que venta perverso e desmancha castelos de areia, que traz tempestade pra perto e inquieta meu coração. Vento que venta aqui dentro e derrama rascunhos de versos que formam poemas ardidos, paridos assim sem sentido, e que ficam pelo caminho a dizer que o poeta é um tolo que busca na palavra o consolo pras perdas do desamor. Vento que venta nervoso e traz insônia insistente, saudade batendo na porta, luz da lua escondida que avisa, nuvem negra trouxe um presente: nostalgia com cheiro de mato, que pela janela invade meu quarto e desarruma todas as coisas e ainda por cima me diz tantas coisas: que a solidão que eu temo é quase nada, é bobagem, que depois da tempestade outros castelos de areia surgirão, pois enquanto houver o poeta, novos dias virão. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 03/06/2009
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