MINHA ALQUIMIA
NALDOVELHO A dor quando silencia, encravada corpo adentro, fica latente em nossos guardados, e cristalizada, só aumenta o tormento. Eu prefiro não me esconder no silêncio, prefiro desentranhar-me exibido, mesmo que em desgrenhados lamentos, ainda que parindo coisas, assim, doloridas. Não importa! Tudo se faz passageiro, até o meu sofrimento! Não me cabe permitir que a amargura silencie meus lábios e dê asilo ao desencanto. Cabe sim, acreditar que o amanhã, por mais que uma ausência se imponha, possa me surpreender, sem vergonha, com uma nova e apaixonada presença e que esta ao ocupar seus espaços possa resgatar-me o brilho nos olhos, e a paixão de viver. Certamente esta dor que hoje atormenta e que eu exponho corajoso em meus versos, vai fazer deste poeta um ser melhor, posto que, cicatrizados os cortes, as feridas, e dissolvidas as mágoas da vida, vai saber amar sem sofrer. Esta é a minha alquimia e eu a exerço em despojados poemas, pois esta é a missão que de resto me coube, e eu a exerço sempre, e sempre, com redobrado prazer. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 04/06/2009
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