O DESNUDAR DE UM POETA
NALDOVELHO Um amontoado de palavras a denunciar segredos, sussurrados entre os dentes, coisas que permaneceram latentes e que hoje brotam incontroláveis e se transformam em poemas, sentimentos paridos, extraídos, espremidos, a revelar num amontoado de versos, verdadeiramente confessos, um grito ardido, irracional e aflito, mostrando-me as entranhas, profanando-me por inteiro. O desnudar de um poeta transmuta em beleza o que é feio, pois feia é a dor da ausência, do abandono e da amargura; pois feia e a saudade incontida que pode levar à loucura; pois feia é a solidão inclemente que traz a insônia insistente, é a inquietude que eu tenho e que me transformou num homem, que ao custo de muitas dores, escreve assim, coisas tão pungentes. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 04/06/2009
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