EM BUSCA DA PAZ
NALDOVELHO Sou coração inquieto e sempre, e sempre, insurreto. Sou o que restou da luta entre o vento e o deserto. Sou coisa sem dono, sem rumo e sem trilho e o meu mundo é um sonho sem começo e sem fim. Quando olho o distante não meço o perigo, e o meu tempo é o eterno vagar sem descanso. O meu caminho é de pedras, cascalhos, rochedos, sou espírito que tropeça e se ergue sem medo. Sou a razão e a procura, sou libertação! Não sou um poeta na flor dos meus ais, materializo apenas o que eu vivo e teimo e a minha memória é o registro sagrado do aprendizado que a existência me traz. Sentimento nostálgico que invade a tarde, sou erva ardida que cura a ferida, sou alma guerreira, meu anjo é que o diga! Sou um exilado de uma terra sofrida e sei que para lá, não volto jamais. Quando eu canto, o meu canto é um grito, um alerta, um brado, um chamamento ao aflito, pois é a sina do homem caminhar em vertentes, inundar a planície, germinar a semente, transformar o hostil no fértil ao semeio e é assim que eu caminho, penso e creio, crescer na existência e encontrar minha paz. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 04/06/2009
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