NOS LÁBIOS DA NOITE
NALDOVELHO Um sorriso amargo nos lábios da noite, uma cicatriz profunda no rosto da cidade, uma lágrima indecisa no olho da rua, o respirar ofegante dos carros que passam, o suor a brotar dos poros do tempo e o orvalho que cai e molha o asfalto. A porta do bar, teimosamente aberta, um violão mal tocado, uma voz arrastada, provavelmente embriagada, desafinada, desenterra velhas canções, velhas dores e muita saudade. O amanhecer que não demora, já é madrugada, o dia desperta, e em seus braços um sol bem dourado, um sorriso aberto que explode, renova, e cala a voz do violão, fecha a porta do bar e traze às ruas uma nova esperança. É um novo dia que se inicia nos passos rápidos dos que despertam com as mesmas notícias de todos os dias. Um café bem forte, um cigarro aceso, uma boa e refletida tragada, vou pro meu quarto, cansado, vou dormir, vou sonhar. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 08/06/2009
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