PELAS RUAS DESERTAS
NALDOVELHO Pelas ruas desertas, madrugadas repletas de poesia e insônia. Pela janela do meu quarto, mantida sempre entreaberta, eu espreito um outono de lágrimas ardidas que secretamente eu choro para ninguém poder notar. Pelo som de um bolero, melodia de enganos, meus sonhos, meus planos. Pela fumaça do cigarro que teimosamente eu devoro e o pulmão não agüenta, qualquer dia explode, ou quem sabe implode. Pelas cordas do meu violão que afinadas revelam sentimentos e intenções. Pelo telefone que toca e tua voz me sufoca, dá um aperto no peito, tipo nó cego, difícil de ser desfeito. Por todas as coisas que eu sinto e que em voz alta eu nego, e só revelo em meus versos, melhor então confessar: teu nome é desassossego e eu não consigo te esquecer. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 08/06/2009
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