VIRADO DO AVESSO
NALDOVELHO Amanheço virado do avesso, vísceras expostas denunciam o cansaço, poemas espalhados por todo o quarto e sobre a cama um emaranhado de artérias e veias. Por onde andarão meus olhos? Meu coração já nem tenta disfarçar, bate descompassado na lembrança do teu olhar. Perto da janela meus pulmões buscam um espaço, uma rajada de vento põe tudo em seu lugar. Por onde andarão minhas pernas? Manhã com cheiro de inverno e chuva fria lá fora. Minhas mãos congeladas já nem tentam materializar o carinho dos versos que eu choro. Tão lentas as horas e eu nem sei onde estas! Por onde andará meu pensamento? Em que terras ele se fez forasteiro? E o meu sonho por onde andará? Continuo virado do avesso e não sei como me consertar. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 09/06/2009
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