MELHOR ABRIR A JANELA DO QUARTO
NALDOVELHO Palavras perdidas... Já não sei seu endereço, seu telefone não responde! Nossa história sequer foi escrita e o que restou foi a lembrança de uma cidade nublada, de um sábado de outono, de um beijo molhado, misto de saliva e lágrima. Tantos contrastes, farpas, feridas, pedaços espalhados pelo chão do quarto, tudo incomoda, lateja e arde, e o cigarro nunca foi tão amargo. Hora de parar de fumar! Hora de parar de pensar em você, em nossas trajetórias e escolhas. Foram tantos os desvios, foram muitos os atalhos, quanta bobagem! Feri minha mão num espinho ao tentar colher uma rosa. Ainda restam os poemas e agora só colho crisântemos, pois a pele ainda é fina, fácil de sangrar! Um café forte e amargo para afugentar este sonho. Melhor abrir a janela do quarto e deixar o dia entrar. NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 10/06/2009
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