![]() VERSOS INSANOS
NALDOVELHO Nuvens compactas, sombrias, se apossam dos dias. Tardes nubladas, chuvosas, tão frias, se mostram vazias. Ruas, calçadas e praças molhadas, aprisionam a criança, atiçam lembranças. Folhas caídas, outono, abandono, mostram-se nostálgicas, revelam enganos. Notícias dão conta que a dor que se planta, traz frutos ardidos, azedumes, espantos. O beijo negado, secura nos lábios, o carinho abortado; padece a poesia. São teias, são dramas, são tramas vazias. São teias, são dramas, são tramas vazias. O cheiro da terra molhada me chama pra cama, pra lama, pro colo da dama, que chama meu nome, quer mais poesia. Que drama, não chore, que drama! O som do piano, solitário e profano, a orquestra parada assiste ao seu solo; um violino abusado desfaz os meus planos. O rufar dos tambores me tira do sono. Versos sem nexo, confusos, insanos. Quem sabe um navio me leve pra longe? Quem sabe um desvio me trague de volta? Quem sabe a poesia revele os meus sonhos? Quem sabe os meus sonhos tragam o alvorecer? NALDOVELHO
Enviado por NALDOVELHO em 11/06/2009
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